Através da arte, o homem sempre buscou se comunicar, compreender, se relacionar. Por vezes, uma imagem consegue provocar reações mais intensas do que as palavras e carrega em si mesma tantas mensagens subjacentes, que é capaz de causar emoção tanto em quem a criou como em quem a aprecia. Alheias a julgamentos estéticos, as imagens funcionam como mapas simbólicos rumo aos conteúdos inconscientes.
Por Henrilene Acedo
O processo de criação artística nos ajuda a reforçar nossos aspectos saudáveis. Ao criarmos, abrimos as portas de nossa sensibilidade, o que possibilita a construção de meios para a transformação pessoal. Transformação essa que caminha pelas trilhas do autoconhecimento e pela compreensão de nossas características próprias. Ao nos conhecermos, sem julgamentos ou críticas, preparamo-nos para refletir a respeito de crenças e padrões que nos acompanham e nos fazem prisioneiros, e o que podemos fazer (ou criar) para modificá-las. Cada imagem apresenta a concepção da consciência e ao mesmo tempo a incompreensão daquilo que nos impacta, o DESCONHECIDO (inconsciente). O desenho é uma busca de cura por que consegue trazer a luz todos os elementos dispersos conscientes ou não e também tenta junta-los. Mesmo em casos em que a pessoa diz não saber pintar ou desenhar, o inconsciente clandestinamente revela, através da atividade desenvolvida, as imagens que jazem sob a consciência. No curso da primeira infância, traços de forte carga afetiva se acumulam nos centros psíquicos. Dada à dificuldade de mobilizar os afetos tão profundamente depositados e traze-los a consciência através do instrumento verbal, a espécie humana sulcou, durante milênios, caminhos mais suaves, declives que permitissem sua expressão, como a dança, as representações mímicas, a pintura, a escultura, a música... Proporciona, cientificamente comprovada, melhora nas condições de vida de pessoas portadoras das mais diferentes patologias clínicas, tais como: stress, depressão, alzheimer, mal de parkinson, avc, síndrome do pânico, oncologias diversas, dependências químicas, hipertensão... Atuando também em situações psicopedagogicas: défict de aprendizagem, hiperatividade, onde as intervenções são realizadas através de atividades arteterapeuticas. A arteterapia é uma terapia democrática, capaz de desinibir até os mais resistentes, afinal de contas, é sempre muito agradável ser paciente da arte.